segunda-feira, 21 de julho de 2014

Primeira Perna: Guarujá -> Ilhabela

Três semanas após a primeira velejada no Guarujá finalmente conseguimos soltar as amarras e nos lançar ao mar para cumprir a primeira etapa de nossa aventura. A semana foi tensa, muitos problemas para finalizar o barco, a data de partida se aproximando e o Blue Wind cada vez mais bagunçado. Problemas com os eletrônicos, mesa do salão por colocar, mesa do cockpit ainda em fabricação, adesivagem e películas das gaiútas e para-brisas por terminar, alto-falantes do cockpit sendo trocados de lugar por conta de forte interferência magnética nas bússolas, enfim, cada dia que passava a lista de pendências aumentava!!

Na mesma pegada que eu estavam trabalhando no barco o Ruy, meu fiel escudeiro que está acompanhando o Blue Wind desde o carregamento no estaleiro até a montagem final no Guarujá e o João Paulo Moraes, maior responsável pela construção do barco e líder da equipe que trabalhou incansavelmente durante um ano e meio na Wind Náutica, em São José dos Pinhais, executando cada detalhe do barco como se estivesse construindo seu próprio veleiro.

Na noite de quinta-feira o barco ainda estava um verdadeiro caos e sequer havíamos abastecido de comida e água para este primeiro trecho. Todos cansados, ansiosos pela viagem que se avizinhava, acabamos indo dormir à uma da manhã de sexta-feira, estando a saída prevista para as cinco da manhã daquele mesmo dia. Apesar de haver dormido apenas três horas e meia, acordamos na hora prevista, jogamos uma água no convés, uma fruta para enganar o estômago e, mesmo sabendo que ainda teríamos muitos agregados na lista de pendências, zarpamos rumo a Ilhabela! 

Como havia ventado muito na madrugada, a saída do Guarujá foi bastante incômoda devido à forte ondulação que vinha de sul. Como não havia vento naquele momento, ficamos sacudindo de um lado para outro motorando até chegar no través da Ilha da Moela quando finalmente subimos as velas e começamos a velejar lentamente no rumo 90 graus, torcendo para aumentar o vento para poder testar o barco em condições um pouco mais severas. Umas duas horas e meia depois, para nosso deleite, Éolo (Deus do Vento) escutou nossas preces e enviou um Noroeste de aproximadamente uns 15 nós.

Uma velejada fantástica, o barco chegou a 10 nós, uma performance invejável para essa condição de vento, principalmente se levarmos em conta todos os equipamentos que carrega.
Apesar dos muitos problemas que ainda temos para resolver, a primeira perna da viagem foi um sucesso. O Blue Wind veleja macio, não apresenta rangidos no interior, se percebe que o barco está muito bem resolvido estruturalmente e se comporta muito bem com ventos de través. Agora ficaremos em Ilhabela por uns 10 dias para ir resolvendo os itens da interminável lista de pendências que segue crescendo. No próximo post mais detalhes sobre essa grande aventura que recém começou

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